sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Actualidades

Entre os dias 27 e 30 de Dezembro, tive a oportunidade de participar no estágio de Natal que o meu clube organizou em conjunto com o Grupo Desportivo 4 Caminhos. Durante estes 4 dias, realizei 8 treinos com mapa, cujo principal objectivo foi melhorar a minha componente técnica em mapas típicos do Norte Alentejo (onde considero ser o tipo de terreno onde mais dificuldades sinto em Portugal), em terrenos semelhantes aos que iremos encontrar no próximo Portugal 'O' Meeting.
Os treinos foram todos muito bem planeados, o que aliado às condições de alojamento de que podemos desfrutar em Alter do Chão e ao excelente trabalho das cozinheiras, permitiu-nos a todos desfrutar de um estágio muito bem conseguido, em que creio ter conseguido cumprir os objectivos que tinha à partida! Um dos aspectos que eu ainda tenho de trabalhar muito é a minha técnica de transposição de vedações!:S

Enquanto nos encontrávamos reunidos em Alter do Chão, também em Lisboa alguns dos agentes da modalidade se reuniam a fim de discutir e votar o plano de actividades e orçamento para 2011. Na minha opinião pessoal, a atitude que a direcção da FPO adoptou para com um assunto desta importância é no mínimo lamentável. Refiro-me tanto à atitude para com o Conselho Fiscal, como para com todos os agentes/atletas/dirigentes, pois marcar uma AG para uma quarta-feira, dia 29 de Dezembro (!!!), ao fim da tarde.....
Não sendo eu um entendido na matéria discutida, não deixei de ler os documentos que foram disponibilizados. E o que mais salta à vista de todos é o facto de haver um aumento de 330% na comparticipação solicitada ao IDP, dinheiro esse destinado à contratação de 'recursos humanos' e outros propósitos de legalidade e seriedade duvidosas (fundamento-me apenas no parecer emitido pelo Conselho Fiscal, uma vez que eu de leis nada percebo)! A nós atletas custa particularmente o facto de termos sido (e continuarmos a ser) esquecidos pela direcção da FPO. A época desportiva começa dentro de alguns dias e nós continuamos sem saber o que esperar... vão ser organizados estágios ao longo da época? Quais vão ser as provas de selecção para as competições internacionais? Em que competições internacionais vão competir as selecções? Portugal vai pelo menos estar representado em alguma dessas competições???
Eu considero que nós trabalhamos/treinamos muito mais do que a federação nos pode exigir dadas as escassas condições que por ela nos são proporcionadas. Por isso mesmo é que acho que o mínimo que a FPO tem de fazer é respeitarmo-nos como não nos tem respeitado até agora!

Desgraças à parte, desejo a todos que entrem em 2011 com o pé direito :)

Os mapas do estágio estão publicados no DOMA.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Treino em Coruche

Este Sábado, o meu clube levou a cabo um estágio em Coruche. Com o apoio do COAC, foi-nos possível treinar em terrenos semelhantes aqueles que iremos encontrar na primeira prova da nova época.

Na parte da manhã, começámos com um percurso em linha, seguido por um percurso formal curto, só para aquecimento. Depois, realizámos um treino para testar opções. Neste fizemos duas vezes cada pernada, com opções diferentes, para depois comparar os tempos de cada uma das opções e assim aferir melhor qual a maneira mais rápida de navegar em terrenos daqueles. Para finalizar a manhã, porque a fome já se fazia sentir, corremos um percurso com cerca de 1,5k num mapa só com curvas de nível. Todos estes treinos foram feitos no mapa de Erra.

Da parte da tarde deslocámo-nos para o mapa de Lamarosa. Corremos no mapa que vai servir de model event para a prova de Janeiro e tenho a dizer que no geral foi do meu agrado! Penso que o mapa da prova é vizinho deste, pelo que o terreno não deve ser muito diferente. Assim, acho que ninguém se irá arrepender de participar neste evento. Voltando ao treino, e depois de uma corrida de 20min para aquecer, em que tive a sorte de encontrar um terreno cheio de laranjeiras com laranjas com um aspecto delicioso, corremos uma distância média.

Já depois de encher uma sacada de laranjas, rumámos a Estarreja, onde nessa mesma noite se realizou o jantar de Natal do Ori-Estarreja. Como já é hábito, fomos muito bem servidos pelo restaurante. No fim, tomou a palavra o presidente António Amador, que entre outras coisas, me distinguiu a mim como atleta do ano 2010 :) Este reconhecimento veio numa época que foi particularmente difícil para mim, e por isso teve um valor acrescido. Obrigado!

Os mapas dos treinos podem ser vistos no DOMA.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Estágio - Pedrógão

Neste fim-de-semana tive o prazer de participar num estágio organizado pelo COC. Este contou com a participação de atletas do Ori-Estarreja, COC e Gafanhori, ao abrigo de um protocolo de cooperação assinado pelos 3 clubes para desenvolvimento das condições de treino dos seus melhores atletas.

No Sábado de manhã esperavam-nos 2 percursos: um de multi-técnicas, em que havia partes de corredores, janelas, azimutes e curvas de nível; e outro de talk. Este percurso de talk consiste em irem 2 atletas a pares, em que um lê o mapa e dá dicas ao outro para que este, sem olhar para o mapa, consiga chegar ao ponto. Este exercício tem como finalidade treinar a antecipação e simplificação.

Da parte da tarde, começámos por fazer um treino diferente do habitual! Consistia basicamente num mix entre um percurso de orientação normal e trail-O, isto é, tínhamos um mapa com o percurso normal e, em cada ponto de controlo, tínhamos um exercício de Trail-O. Nessa tarde, corremos ainda 3 loops, numa espécie de duelo em que quem chegasse ao fim primeiro ganhava.

No Domingo eu, o Paulo Franco e o Tiago Aires optámos por fazer um treino longo. Saímos do alojamento por volta das 7h15 e fomos a correr até ao local de concentração. Após uma corrida de cerca de 8k em estrada, com uma carta militar como mapa, chegámos ao mapa do Coimbrão, onde fizemos um percurso de cerca de 7k. Acabado este percurso, corremos mais um quilómetro em estrada para iniciar outro percurso, desta feita no mapa de Pedrógão, que nos acabou por levar ao local de concentração do treino. No total corremos 2h, num total de 22k. Como se não bastasse, fizemos ainda um percurso formal.

Resta-me agradecer ao COC pela maneira profissional como organizou o estágio, desde a planificação dos percursos, aos colocadores de pontos, passando pela palestra sobre treino de força que nos foi proporcionada no serão de Sábado.

Todos os mapas estão já disponíveis no DOMA (falta apenas o último percurso formal que realizei no Domingo).

domingo, 5 de dezembro de 2010

The biggest looser

Este fim-de-semana desloquei-me à Golegã, terra do cavalo, para realizar mais uns testes físicos para controlo do treino.

Fiz também algumas medições em termos de massa gorda. Na sequência disso, foi-me pedido o pior sacrifício desde que comecei a treinar com o Nazário - tenho de emagrecer! Pois é! As aparências iludem, e de facto as minhas pregas estão para lá do aceitável para um atleta...
Ora uma das minhas maiores motivações para manter um nível de actividade física elevado era mesmo o facto de depois poder comer à vontade sem crescer para os lados :) Contudo, pelos vistos agora vou ter de reduzir a minha ingestão calórica significativamente. Segundo o mister, tenho de reduzir a carne para metade e a massa ou arroz para 2/3 do que actualmente como :S


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Estágio de fim-de-semana

Nas últimas semanas não tenho escrito muito porque não há muito a escrever. Os treinos têm decorrido sem grandes sobressaltos, embora por vezes só apeteça ficar na cama em vez de ir lá para fora correr para o frio às 6:55, porque tenho aulas às 9h! Foi assim quase todos os dias da semana que passou, e tende a agravar :)
Este fim-de-semana realizou-se o primeiro treino do Ori-Estarreja. Como já é hábito, os treinos foram interessantes do ponto de vista técnico e deixaram a nu muitas das coisas que ainda têm de ser (muito!) trabalhadas este ano.
No Sábado fizemos um treino longo em que havia uma parte com corredores, seguida de outra de control-picking. A zona dos corredores foi muito má, e decidi improvisar e ir directo ao control-picking. No control-picking errei apenas no ponto 20.
Já o dia de Domingo iniciou-se com um sempre competitivo chasing-start, com a ordem a ser escolhida de modo a eu partir em último com mais de 5min de atraso para recuperar..! O percurso tinha apenas 2,5k, pelo que a velocidade que eu neste momento da (pré-)época ainda não tenho foi posta à prova. Ainda assim, consegui chegar em primeiro :)
Para descomprimir da intensidade do chasing-start, seguiu-se um treino de 12k, feito a ritmo lento.
Este tempo todo sem provas tem sido um bocado enfadonho, com a minha vida a reduzir-se à faculdade e ao treino. Segue-se agora uma semana mais calma, em que não tenho aulas (tenho exame de neurologia sexta-feira), pelo que posso dormir sempre um pouco mais do que na semana passada!

Os mapas estão todos disponíveis no DOMA.

domingo, 7 de novembro de 2010

De volta

Chegou o mês de Novembro e com ele a preparação da época 2011.
Esperam-me cerca de 500h de treino, das quais 7 já foram feitas esta semana =D Esta primeira semana foi sobretudo de "aquecimento", com treinos muito leves. A partir de agora vai começar a ser a doer! Ainda por cima espera-se chuva para os próximos dias...
Hoje fiz também o meu primeiro treino com mapa, que pode ser consultado no DOMA.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Época 2009/2010 - Overview

Acabada que está a época 2009/2010, hora para olhar para trás e ver o que fiz bem e o que fiz mal!

Esta temporada teve a particularidade de ter sido mais longa que o habitual. Devido à mudança do nosso calendário competitivo, que passa a ser de Janeiro a Outubro, esta época começou para mim em Setembro de 2009 e só agora acabou, o que contabiliza mais do que 1 ano de treino e competição.

No início desta época, decidi também mudar de treinador. Treinei com o meu antigo treinador (o meu Pai) durante todos estes anos, tendo alcançados alguns resultados muito bons. Contudo, chegou a uma altura que pensei que seria melhor para mim fazer uma mudança na metodologia de treino e decidi pedir ao Bruno Nazário que me orientasse. E estou convicto de que escolhi o melhor treinador de ORIENTAÇÃO português. Ao organizar campos de treino para os melhores atletas mundiais, também ele se 'treina' a ele próprio e o facto de conviver e trocar ideias com os melhores treinadores mundiais faz com que, em Portugal, ninguém perceba mais de treino de alto rendimento na orientação. Na minha opinião, mesmo a nível internacional o Nazário não fica atrás dos melhores!

Por outro lado, este ano tive, pela primeira vez na minha vida desportiva, uma lesão que me obrigou a parar 6 semanas! Isso levou a que, pela primeira vez desde 2005, não tenha participado em nenhum campeonato internacional (campeonatos do mundo ou da europa).


Mas vamos a números:

Início do treino - 29 de Setembro de 2010; Fim do treino - 10-10-2010; Total = 376 dias

Contagem: 537 Actividades

Hora: 344:34:31 h:m:s

Distância: 4.036,38 km

Ganho de elevação: 67.966 m

Veloc. média: 11,7 km/h (=5'07''/km)

RC méd.: 153 bpm

Tempo méd.: 00:38:30 h:m:s

Tempo máx.: 02:14:28 h:m:s

Distância média: 7,52 km

Distância máx.: 24,20 km

Ganho de elevação médio: 134 m

Ganho de elevação máximo: 1.519 m

Velocidade média máxima: 19,2 km/h (=3'07''/km)

RC méd. máx.: 191 bpm

Fazendo umas contas, chego à conclusão que treinei uma média de cerca de 55min/dia, mesmo depois daquelas semanas todas de paragem, em que me limitei a fazer alguma bicicleta estática.

Setembro: O início
Começo a época a sério, ainda a treinar com o meu pai. O primeiro objectivo é o Campeonato Ibérico, mas um percalço durante um treino impede-me de treinar durante a segunda semana anterior à prova e a minha prestação é um autêntico desastre!

Novembro: A mudança
Já a treinar com o Nazário, os métodos mudam redicalmente. Esta época faço pela primeira vez um treino de Inverno com pés e cabeça. Ababam as séries nesta fase da época e começo a fazer treinos de 2h! Como diz Jörgen Mårtensson: "First distance, then speed".

Fevereiro: Primeiro teste
Primeira grande prova de fogo - Portugal 'O' Meeting. Tenho de destacar a prova do terceiro dia, em que fui 8º classificado. O primeiro sinal de que o treino de Inverno fez de facto a diferença em relação aos outros anos!

Abril: Crash
O mês começou com um campo de treino em França, nos famosos mapas de Clermont-Ferrand. Sem dúvida os mapas mais desafiantes em que já tive o prazer de correr!
Seguiram-se os Campeonatos Nacionais de Sprint e de Média. O Sprint foi uma desilusão. Acumulei erros atrás de erros e não passei do 4º lugar! A distância média começou bem. Estava a navegar sem erros e ao 10º ponto apanhei o Tiago Romão, que partiu 2min antes de mim. No ponto anterior ao ponto de espectadores levava 2 min de avanço sobre o segundo, que era o... Romão!! Já estava a ver o ponto de especadores e então decido olhar para o mapa e antecipar o que fazer para o resto da prova e... quando dei por mim já estava no chão com uma fractura do terço médio da clavícula esquerda. Todos os médicos disseram o mesmo - paragem de 6 semanas e nem pensar em correr!!!

Maio: O regresso
Passaram 5 semanas. Decidi começar a correr no Sábado que encerrou a quinta semana de paragem. Entretando, tinha apenas feito bicicleta estática, mas as perdas tornaram-se evidentes logo no primeiro treino de corrida. Corro no Absoluto em Sesimbra, mas como era de esperar estive longe dos primeiros lugares.

Junho: Jukola
Primeiro objectivo depois da paragem: Campeonato Nacional de Longa. Levava já algumas semanas de treino, mas estava longe do desejável. Faço uma prova muito fraca do ponto de vista técnico. O resultado foi o 2º lugar, atrás do Tiago Romão. Repetimos o lugar na Estafeta (eu, Rafael Miguel e João Amorim).
Segue-se a Jukola. Foi a primera vez que participei numa das grandes estafetas e não vou falar muito acerca disso porque pura e simplesmente não há muito que possa dizer. Apenas que é uma prova que qualquer orientista devia ter o prazer de correr durante a sua vida!!

Setembro: The End
Setembro traz aquele que, goradas todas as possibilidades de participar no EOC, acaba por ser o meu grande objectivo da época - Park World Tour. Uma boa experiência, a todos os níveis, e que espero seja para repetir!
A última prova de orientação da época foi a Taça dos Países Latinos. Se podia ter feito melhor? Podia, se não tivesse cometido erros excusados!

Na última prova, o Joaquim Margarido perguntou-de quais as expectativas para a próxima época. Eu respondo que estou expectante para ver onde posso chegar sem percalços. A ver vamos!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Meia-maratona de Ovar

Correu-se no dia da República, como manda a tradição, mais uma edição da meia-maratona de Ovar. Esta teve a particularidade de me encerrar esta época.

Iniciei-me nestas lides das meia-maratonas no ano passado, quando corri a meia-maratona da Figueira da Foz. Nessa vez não fazia ideia do que ía encontrar. Além disso, essa prova decorreu na quarta-feira anterior às provas de selecção. Arranquei por isso com a ideia de não ir até ao limite! Fui andando e de 5 em 5 km pensava: "pronto, agora abrando um bocado o ritmo". A verdade é que passei aos 5k com bom tempo, passei aos 10k com um dos meus melhores tempos nessa distância, e quando dei por mim já estava a chegar ao fim. Acabei com um registo de 1h11', o que me deixou muito surpreendido. As provas de selecção é que foram todas feitas com uma dor as pernas que mal me conseguia aguentar em pé, mas tirando isso até foi engraçado.

Corri pela segunda vez os 21 097m nesta edição da meia-maratona de Ovar. O meu objectivo era bater o meu tempo, mas sabia que não iria ser fácil. Escolhi uma 'lebre', meu companheiro de equipa na ADERCUS (meu clube de atletismo), que já sabia que estaria a correr para o mesmo tempo que eu. Contudo, a prova não correu como eu desejava e não fui além de 1h13'55'', muito aquém do objectivo.

Seja como for, esta prova serviu para ganhar a experiência que me permitirá bater o meu tempo da próxima vez :)

A maioria das pessoas não tem ideia do sofrimento que é fazer uma prova destas. Pessoalmente, sofro muitíssimo mais a fazer uma prova de atletismo do que uma de orientação (por alguma razão continuo a preferir a orientação :)). Durante uma prova de atletismo, seja 10k, 15k ou 21k, passa-me frequentemente pela cabeça parar ali mesmo no meio da estrada e ficar a ver os outros passar! Mas nunca caí nessa tentação, embora vontade já não me tenha faltado... Imagino por isso o que será fazer uma prova de 55km, ainda por cima trail, e em que não temos ninguém na beira dos caminhos a olhar para nós e a bater palmas (o que às vezes é o que nos vale para não parar ali mesmo)!! "Para esses vai, com a mais profunda admiração, o Louvor da Semana"!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Taça dos Países Latinos


O Clube de Orientação do Centro levou a cabo neste fim-de-semana a organização da Taça dos Países Latinos, em paralelo com o Campeonato Ibérico e com o Meeting de Orientação do Centro. Eu fui seleccionado para representar a Selecção Nacional na Taça dos Países Latinos, no escalão de Homens Elite.


A competição iniciou-se com a prova de distância média, no Sábado de manhã, no mapa de Pedrogão. Este revelou-se uma grande surpresa para mim, pela positiva. Não estava à espera dum mapa tão técnico e com um tipo de vegetação que prejudicava mais a orientação do que a progressão! Além disso, o percurso também me pareceu bastante bem traçado.
Comecei a prova relativamente bem. As coisas começaram a correr mal para o ponto 4, em que cometi um erro que me custou cerca de 40''. A partir daí comecei a cometer muitos erros e perdi muito tempo: ponto 7 - 45''; ponto 9 - 20''; ponto 13 - 50''; ponto 23 - 30''. Contando apenas com estes erros major perdi cerca de 3'05''. No final fiz o tempo de 40'34'', tendo sido batido pelo Ionut Zinca com 39'29''.



Na tarde do mesmo dia teve lugar em Leiria a prova de sprint. Dada a preparação que fiz nos últimos meses tendo em vista o Park World Tour, posso dizer que esta era a prova para a qual estava provavelmente melhor preparado.
Comecei com calma, não começando logo a fundo e tentando entrar bem no mapa. Fiz os primeiros pontos sem problemas e só no ponto 4 perdi 13''. Este estava colocado num local confuso que mas que já tínhamos estudado antes da prova pelo mapa já disponível. Mesmo assim, decidi abordar esse ponto com a maior tranquilidade possível dado ser possível perder aí muito tempo. A partir daí aumentei o ritmo o máximo que pude, embora não me tenha sentido tão bem como desejava e por isso não tenha corrido tão rápido como queria. Contudo, em termos de orientação acho que fiz uma prova perto da perfeição, não tendo hesitado nada, e depois de analisar as opções creio que tomei sempre as melhores. Isso valeu-me o primeiro lugar, com o tempo de 17'10'' (30'' mais rápido que o segundo classificado) e o meu primeiro título Latino no escalão Elite :)

A fechar tivemos a prova de distância longa, também no Pedrogão, famoso pelas suas dunas "mata velhos" (e novos também, diga-se de passagem!!).
Fisicamente senti-me bem ao longo de todo o percurso. Já o mesmo não posso dizer acerca da minha performance técnica: ponto 6 - 3'; ponto 7 - 2'; ponto 12 - 20''; ponto 19 - 20''; ponto 28 - 30''; ponto 29 - 1'. Isto dá um total de 7'10'' perdidos, a maioria deles por falta de concentração e de calma!!! No final consegui ficar em 2º com 1h24'26'', contra a 1h20'56'' do Ionut, que ganhou também a longa.



Nesta TPL consegui uma medalha de ouro (sprint) e duas de prata (média e longa), o que pode não parecer mau dado ser a primeira vez que corro esta competição em Elite. Contudo, fico com um amargo de boca de não ter feito o pleno, pois se não o consegui foi mais por culpa própria do que qualquer outro factor!
Por outro lado, a ausência das melhores selecções latinas (França, Suíça ou Bélgica) é de lamentar. Acho que nós, atletas, somos os primeiros a lamentar e os que mais perdemos devido à falta destas selecções! Em conversa com alguns colegas de selecção e amigos, questionamo-nos acerca de até quando irá sobreviver a TPL. A verdade é que ao longo dos anos esta competição vem perdendo o interesse que já teve noutros tempos e cada vez mais é um Portugal vs Espanha, numa versão mais restrita de Campeonato Ibérico!!!



A temporada 2009/2010 acabou para mim este fim-de-semana, pelo menos no que à orientação diz respeito. Agora tenho apenas em vista a meia-maratona de Ovar, no dia 5 de Outubro, após a qual vou parar até Novembro, quando começo a preparar a próxima época. A ver vamos se consigo melhorar a 1h11' que tenho como melhor marca na distância.




Os mapas com as minhas opções estão disponíveis no sítio do costume (DOMA Map Archive - clicar no lado direito na secção Mapas).

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Park World Tour

Participei no passado fim-de-semana em Perth, na Escócia, no Park World Tour. Deste evento fizeram parte uma prova de qualificação e a final.A qualificatória teve lugar nos jardins e floresta do Scone Palace, local histórico da Escócia onde os reis eram coroados! Como eu era um dos atletas convidados, não tinha de me preocupar com o meu tempo, pois sabia à priori que já estava apurado. Ainda assim, queria andar o mais rápido possível para conseguir um bom tempo.Tecnicamente a prova foi para esquecer. Comecei logo por me enganar no início e por navegar para o ponto 17 em vez do ponto 1. Depois a prova entrou numa fase muito técnica e com muita vegetação, o que também me acabou por atrasar uns segundos em relação aos melhores. O pior estava contudo para vir: do ponto 14 para o 15, o percurso cruzava duas vezes, o que fazia que a leitura do mapa fosse uma confusão. Conclusão: acabei por navegar do 14 para o 17, depois para o 18, 19 e então é que dei pelo erro e naveguei para o 15!!! Acabei a prova com um tempo de 17'07'', distante dos 13'49'' do vencedor.
A final correu-se no dia seguinte na cidade de Perth, num mapa plano, muito rápido mas com ruelas e passagens estreitas que o tornavam técnico dada a elevada velocidade a que se podia correr. O percurso estava muito bem traçado e todos os atletas gostaram do desafio que foi apresentado. De referir também o grande número de pessoas que passeava pela cidade naquela tarde!!A minha prova correu-me bem e fiquei satisfeito com a minha performance, mais do que com o resultado! Perdi apenas tempo para o ponto 1. Aqui, o triângulo estava mesmo em cima da partida e 2 segundos de distração impediram-me de ver para onde saiu o atleta que partiu antes de mim, logo perdi alguns segundos a tentar encontrar o triângulo no mapa. Como se não bastasse, ainda tive de parar para dar passagem ao autocarro ao atravessar a estrada antes desse mesmo ponto. Perdi logo aqui 10 segundos para os melhores parciais. A partir daí consegui manter sempre um ritmo elevado e não hesitar, embora numa ou noutra pernada a opção possa não ter sido a melhor. Só tornei a perder tempo à saída do ponto 15. No total da prova devo ter perdido no máximo cerca de 20 segundos, tendo acabado com 15'33'' e na 13ª posição. O primeiro foi o norueguês Oystein Kvaal Osterbo com o tempo canhão de 14'22'', seguido de Graham Gristwood com 14'50''!
Esta foi a prova para a qual treinei durante mais de 2 meses. Como já disse, gostei mais da performance do que do resultado, pois sei que sem os 20'' que podia ter evitado perder conseguiria um tempo muito perto dos 6 primeiros. Comparando esta prova com a que fiz no JWOC 2009, acho que se na Itália tivesse tido este nível poderia facilmente ter entrado nos 6 primeiros! Resta-me continuar a treinar para lá chegar :) Como disse Murray Strain na palestra a que assistimos na sexta-feira, é necessário treinar 2x7x52x10 (2 vezes por dia, 7 dias por semana, 52 semanas por ano, durante 10 anos) para chegar ao topo!! A ver vamos se se confirma... Para já segue-se a Taça dos Países Latinos.
Para acabar, faço referência ao modo de como decorreu este evento. Numa altura em que se fala tanto, e bem, sobre a orientação e onde queremos queremos que ela esteja em 2020, acho que exemplos como estes devem ser seguidos entre nós. Todas as épocas se organizam algumas provas de sprint, usando-se para isso jardins e parques que têm o seu valor em termos técnicos. Contudo, quem corre essas provas não tem de se andar a arrumar de multidões como o que aconteceu na final em Perth, limitando a visibilidade da modalidade aqueles que ainda saem de casa para passear nos jardins. Acho que seria muito mais vantajoso fazer este tipo de provas mesmo nos grandes centros, onde circula o maior número de pessoas, com arenas como a que estava montada em Perth!

P.S. - publico os mapas com as minhas opções no DOMA no próximo fim-de-semana.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Estágio - Gerês

Entre 28 e 31 de Agosto, tive a oportunidade de participar, no Gerês, no campo de treino de verão do meu clube, Ori-Estarreja. Este verão toda a zona do Gerês foi, como já todos devem estar fartos de saber pelas televisões, fustigada por grandes incêndios. Contudo, acho que quem viu as imagens que passaram nos telejornais e que apareceram nos jornais, não tem a verdadeira noção do que o fogo fez por aqueles lados. É incrível a extensão de floresta que foi literalmente reduzida a cinzas. Durante quilómetros e quilómetros é possível ver sempre área queimada. No entanto, ainda sobraram algumas áreas com uma grande beleza, o que faz uma viagem ao Gerês valer sempre a pena.

O estágio começou no Sábado, com um treino de corredores e de linha. Comecei por fazer o corredor, em que não consegui navegar com a precisão necessária, perdendo a noção da minha localização no mapa e tendo de voltar a um dos pontos que estavam marcados no terreno para continuar. A linha que se seguiu já correu muito melhor e consegui andar quase sempre por onde era suposto.
No Domingo de manhã tivemos o primeiro treino no queimado. Foi no mapa de Alecrimes, um treino intervalado. Na parte da tarde fizemos um super-sprint, também numa área queimada. Nestas zonas a progressão está muito mais facilitada e a visibiliade também aumentou, contudo o cheiro a cinza e fumo não é muito agradável.
Na segunda-feira deslocámo-nos até ao famoso mapa da Pedra Bela, e a tarde foi de descanso :) O estágio acabou com uma estafeta de 2 pessoas, onde eu e o meu colega de equipa, Ricardo Reis, quase conseguimos vencer... se não fosse um MP!!
Primeiro ponto da Matilde:

E o primeiro arranhão da Matilde:

Os mapas podem ser vistos no local habitual (Doma Map Archive) na barra do lado direito.
Seguem-se agora 2 semanas até ao Park World Tour em Perth, na Escócia. Até lá vou continuar a treinar como até aqui, talvez com uma prova de atletismo pelo meio.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

WOC: que futuro?

Foi lançada no WorldOfO uma discussão sobre a futura configuração dos campeonatos do mundo.

A mim parece-me que a principal linha que orienta todas as sugestões é o aumento do mediatismo da orientação, procurando-se um modelo que facilite a transmissão televisiva e a torne mais apelativa para os espectadores não orientistas. Compreendo e concordo com esta linha de acção. Afinal de contas, creio que para que a modalidade se torne olímpica algo terá de ser feito neste sentido.



De entre as várias sugestões propostas, destaca-se a inclusão de mais uma disciplina em que o primeiro a chegar ganha, à semelhança da estafeta. Neste campo, sugere-se a inclusão de uma mass start, de uma chasing start ou de um KnockOut Sprint semelhante ao realizado durante o Nordic Orienteering Tour. Por outro lado, também se fala da introdução de uma estafeta mista e da necessidade de manter a duração do WOC durante 8 dias.
Na minha opinião, as disciplinas que compõem o WOC (média, longa, sprint e estafetas) devem ser mantidas, pois exigem por parte dos atletas especializações diferentes de acordo com a disciplina individual em questão (média, longa e sprint). Por outro lado, a estafeta permite uma comparação mais concreta entre os vários países, o que eu também acho que devia ser mantido nos moldes actuais. Contudo, introduzir uma nova disciplina, seja ela qual for, no de si já apertado programa do WOC sem querer aumentar a sua duração acho que seria inviável. Portanto, a única solução seria a de trocar uma das disciplinas já existentes por outra das propostas.
Sendo as distâncias longa e média disciplinas em que a diferença técnica entre os atletas é mais importante, acho que não seria bom que a final fosse sob a forma de uma chasing start ou de uma mass start. Actualmente fala-se tanto na dispersão dos atletas que usar um modelo destes para uma destas disciplinas seria um passo atrás e veríamos de certeza mais atletas a conseguir medalhas à custa dos outros.
Por isso, penso que o mais lógico seria substituir o típico Sprint por um KnockOut Sprint. Acho que este modelo é o que melhor pode ajudar na mediatização da modalidade, ao mesmo tempo que aumenta em muito a espectularidade da prova.
Veremos o que decide a IOF acerca disto tudo!

Podem ver o artigo do WorldOfO aqui.

sábado, 7 de agosto de 2010

O-Ringen


Na semana seguinte ao WUOC teve lugar o O-Ringen, maior evento de orientação do mundo e que este ano foi realizado em Örebro. O evento foi composto por 4 provas de distância longa e 1 de distância média.

No primeiro dia tivemos uma distância longa, num mapa que intercalava zonas muito detalhadas com outras com pouco detalhe e em que a direcção era muito importante. Os percursos ficaram marcados por um número muito baixo de pontos, o que proporcionava pernadas muito longas. Tecnicamente, fiquei de um modo geral satisfeito com a primeira parte das pernadas, em que não perdia muito tempo até à zona dos pontos, embora depois na zona perdesse muito tempo à procura da baliza.

No segundo dia corremos a única distância média do O-Ringen. A primeira parte da prova foi muito má, tendo eu perdido muito tempo. Depois havia uma zona de transição mais rápida, em que consegui obter bons splits. A parte final da prova era numa encosta muito técnica, e o facto de eu não ter adaptado o meu ritmo à dificuldade da zona fez-me perder mais de 6' apenas nessa parte final.

No terceiro dia, corremos mais uma distância longa, desta vez na mesma área do dia anterior. Tecnicamente falhei pouco, e notei uma melhoria relativamente ao primeiro dia no que diz respeito ao tempo perdido na zona dos pontos.

E ao quarto dia tivemos o descanso, e com ele o único dia durante todo o O-Ringen em que não choveu!!

Após o dia de descanso, seguiu-se mais uma distância longa, desta vez num mapa muito rápido e em que consegui obter a minha melhor classificação: 6º na etapa. Contudo, não começei bem e perdi logo cerca de 2' para o primeiro ponto, o que fazendo as contas foi o suficiente para não ter conseguido o melhor tempo do dia. Tirando mais um erro para o ponto 13, fiz uma prova quase limpa.

Por fim, teve lugar uma chasing start. O terreno da prova foi algo de fenomenal! Devido à grande quantidade de chuva que caiu durante todos os dias, os pântanos estavam autenticos lagos e uma parte significativa da prova foi feita com água pelo joelho!!! A seguir à distância média do segundo dia, esta foi seguramente a prova que me correu pior e isso fez-me perder 1 lugar, tendo ficado em 19º entre 243 atletas.

Os mapas estão no Doma Map Archive (clicar no lado direito da página).

WUOC

Este verão decidi, juntamente com o Jorge Fortunato e com o Paulo Franco, rumar à Suécia para participar no WUOC Tour e no O-Ringen.
O primeiro evento (WUOC) teve lugar na zona de Borlänge, onde vai ser o Campeonato da Europa de 2012, e por isso foi uma boa oportunidade para ter um primeiro contacto com terrenos e mapas semelhentes. Este foi composto por uma prova de distância longa a abrir, uma de sprint e a fechar uma de distância média.
A prova de distância longa teve lugar num mapa muito interessante, mas que o terreno ainda tornava mais desafiante. A minha prestação não foi de todo o que eu esperava, tendo perdido tempo em quase todos os pontos. Esta prova evidenciou a minha dificuldade em navegar na escala 1:15 000 em terrenos nórdicos, algo que vou ter de melhorar nos próximos treinos na Suécia.

Seguiu-se o Sprint, composto maioritariamente por terreno urbano. O mapa e os percursos não encerravam dificuldades de maior, o que tornou esta uma prova muito rápida. Tecnicamente fiquei satisfeito com a minha prestação, tendo conseguido sempre navegar 1 ou 2 pontos à frente. Contudo, fisicamente não estive no meu melhor e esta prova serviu para me mostrar que ainda não estou ao nível que estava antes de me lesionar e ainda tenho muito treino pela frente.

Por fim, veio a prova de distância média. Nesta, consegui manter um nível técnico que me permitiu errar pouco, embora tenha cometido pequenos erros que me custaram alguns segundos em alguns pontos e um grande erro de cerca de 3' para o ponto 10.

Os mapas podem ser vistos no meu Doma Map Archive.