segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Taça dos Países Latinos


O Clube de Orientação do Centro levou a cabo neste fim-de-semana a organização da Taça dos Países Latinos, em paralelo com o Campeonato Ibérico e com o Meeting de Orientação do Centro. Eu fui seleccionado para representar a Selecção Nacional na Taça dos Países Latinos, no escalão de Homens Elite.


A competição iniciou-se com a prova de distância média, no Sábado de manhã, no mapa de Pedrogão. Este revelou-se uma grande surpresa para mim, pela positiva. Não estava à espera dum mapa tão técnico e com um tipo de vegetação que prejudicava mais a orientação do que a progressão! Além disso, o percurso também me pareceu bastante bem traçado.
Comecei a prova relativamente bem. As coisas começaram a correr mal para o ponto 4, em que cometi um erro que me custou cerca de 40''. A partir daí comecei a cometer muitos erros e perdi muito tempo: ponto 7 - 45''; ponto 9 - 20''; ponto 13 - 50''; ponto 23 - 30''. Contando apenas com estes erros major perdi cerca de 3'05''. No final fiz o tempo de 40'34'', tendo sido batido pelo Ionut Zinca com 39'29''.



Na tarde do mesmo dia teve lugar em Leiria a prova de sprint. Dada a preparação que fiz nos últimos meses tendo em vista o Park World Tour, posso dizer que esta era a prova para a qual estava provavelmente melhor preparado.
Comecei com calma, não começando logo a fundo e tentando entrar bem no mapa. Fiz os primeiros pontos sem problemas e só no ponto 4 perdi 13''. Este estava colocado num local confuso que mas que já tínhamos estudado antes da prova pelo mapa já disponível. Mesmo assim, decidi abordar esse ponto com a maior tranquilidade possível dado ser possível perder aí muito tempo. A partir daí aumentei o ritmo o máximo que pude, embora não me tenha sentido tão bem como desejava e por isso não tenha corrido tão rápido como queria. Contudo, em termos de orientação acho que fiz uma prova perto da perfeição, não tendo hesitado nada, e depois de analisar as opções creio que tomei sempre as melhores. Isso valeu-me o primeiro lugar, com o tempo de 17'10'' (30'' mais rápido que o segundo classificado) e o meu primeiro título Latino no escalão Elite :)

A fechar tivemos a prova de distância longa, também no Pedrogão, famoso pelas suas dunas "mata velhos" (e novos também, diga-se de passagem!!).
Fisicamente senti-me bem ao longo de todo o percurso. Já o mesmo não posso dizer acerca da minha performance técnica: ponto 6 - 3'; ponto 7 - 2'; ponto 12 - 20''; ponto 19 - 20''; ponto 28 - 30''; ponto 29 - 1'. Isto dá um total de 7'10'' perdidos, a maioria deles por falta de concentração e de calma!!! No final consegui ficar em 2º com 1h24'26'', contra a 1h20'56'' do Ionut, que ganhou também a longa.



Nesta TPL consegui uma medalha de ouro (sprint) e duas de prata (média e longa), o que pode não parecer mau dado ser a primeira vez que corro esta competição em Elite. Contudo, fico com um amargo de boca de não ter feito o pleno, pois se não o consegui foi mais por culpa própria do que qualquer outro factor!
Por outro lado, a ausência das melhores selecções latinas (França, Suíça ou Bélgica) é de lamentar. Acho que nós, atletas, somos os primeiros a lamentar e os que mais perdemos devido à falta destas selecções! Em conversa com alguns colegas de selecção e amigos, questionamo-nos acerca de até quando irá sobreviver a TPL. A verdade é que ao longo dos anos esta competição vem perdendo o interesse que já teve noutros tempos e cada vez mais é um Portugal vs Espanha, numa versão mais restrita de Campeonato Ibérico!!!



A temporada 2009/2010 acabou para mim este fim-de-semana, pelo menos no que à orientação diz respeito. Agora tenho apenas em vista a meia-maratona de Ovar, no dia 5 de Outubro, após a qual vou parar até Novembro, quando começo a preparar a próxima época. A ver vamos se consigo melhorar a 1h11' que tenho como melhor marca na distância.




Os mapas com as minhas opções estão disponíveis no sítio do costume (DOMA Map Archive - clicar no lado direito na secção Mapas).

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Park World Tour

Participei no passado fim-de-semana em Perth, na Escócia, no Park World Tour. Deste evento fizeram parte uma prova de qualificação e a final.A qualificatória teve lugar nos jardins e floresta do Scone Palace, local histórico da Escócia onde os reis eram coroados! Como eu era um dos atletas convidados, não tinha de me preocupar com o meu tempo, pois sabia à priori que já estava apurado. Ainda assim, queria andar o mais rápido possível para conseguir um bom tempo.Tecnicamente a prova foi para esquecer. Comecei logo por me enganar no início e por navegar para o ponto 17 em vez do ponto 1. Depois a prova entrou numa fase muito técnica e com muita vegetação, o que também me acabou por atrasar uns segundos em relação aos melhores. O pior estava contudo para vir: do ponto 14 para o 15, o percurso cruzava duas vezes, o que fazia que a leitura do mapa fosse uma confusão. Conclusão: acabei por navegar do 14 para o 17, depois para o 18, 19 e então é que dei pelo erro e naveguei para o 15!!! Acabei a prova com um tempo de 17'07'', distante dos 13'49'' do vencedor.
A final correu-se no dia seguinte na cidade de Perth, num mapa plano, muito rápido mas com ruelas e passagens estreitas que o tornavam técnico dada a elevada velocidade a que se podia correr. O percurso estava muito bem traçado e todos os atletas gostaram do desafio que foi apresentado. De referir também o grande número de pessoas que passeava pela cidade naquela tarde!!A minha prova correu-me bem e fiquei satisfeito com a minha performance, mais do que com o resultado! Perdi apenas tempo para o ponto 1. Aqui, o triângulo estava mesmo em cima da partida e 2 segundos de distração impediram-me de ver para onde saiu o atleta que partiu antes de mim, logo perdi alguns segundos a tentar encontrar o triângulo no mapa. Como se não bastasse, ainda tive de parar para dar passagem ao autocarro ao atravessar a estrada antes desse mesmo ponto. Perdi logo aqui 10 segundos para os melhores parciais. A partir daí consegui manter sempre um ritmo elevado e não hesitar, embora numa ou noutra pernada a opção possa não ter sido a melhor. Só tornei a perder tempo à saída do ponto 15. No total da prova devo ter perdido no máximo cerca de 20 segundos, tendo acabado com 15'33'' e na 13ª posição. O primeiro foi o norueguês Oystein Kvaal Osterbo com o tempo canhão de 14'22'', seguido de Graham Gristwood com 14'50''!
Esta foi a prova para a qual treinei durante mais de 2 meses. Como já disse, gostei mais da performance do que do resultado, pois sei que sem os 20'' que podia ter evitado perder conseguiria um tempo muito perto dos 6 primeiros. Comparando esta prova com a que fiz no JWOC 2009, acho que se na Itália tivesse tido este nível poderia facilmente ter entrado nos 6 primeiros! Resta-me continuar a treinar para lá chegar :) Como disse Murray Strain na palestra a que assistimos na sexta-feira, é necessário treinar 2x7x52x10 (2 vezes por dia, 7 dias por semana, 52 semanas por ano, durante 10 anos) para chegar ao topo!! A ver vamos se se confirma... Para já segue-se a Taça dos Países Latinos.
Para acabar, faço referência ao modo de como decorreu este evento. Numa altura em que se fala tanto, e bem, sobre a orientação e onde queremos queremos que ela esteja em 2020, acho que exemplos como estes devem ser seguidos entre nós. Todas as épocas se organizam algumas provas de sprint, usando-se para isso jardins e parques que têm o seu valor em termos técnicos. Contudo, quem corre essas provas não tem de se andar a arrumar de multidões como o que aconteceu na final em Perth, limitando a visibilidade da modalidade aqueles que ainda saem de casa para passear nos jardins. Acho que seria muito mais vantajoso fazer este tipo de provas mesmo nos grandes centros, onde circula o maior número de pessoas, com arenas como a que estava montada em Perth!

P.S. - publico os mapas com as minhas opções no DOMA no próximo fim-de-semana.